O prefeito João Henrique, afinal, ancorou o seu patrimônio político em um partido, depois de se desfiliar do PMDB, o que aconteceu, aliás, num processo simbiótico, na medida em que o partido queria se distanciar do prefeito, após o rompimento do gestor com o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Um rompimento, acentue-se, marcado por declarações ácidas, o que levou o ex-ministro a, depois de um míssil pesado e com alto teor, voltar atrás e se desculpar pelos termos usados (“Menino Maluquinho”). João Henrique foi paciente na escolha e se saiu muito bem na opção feita: vai para o PP que, no país, é uma legenda emergente e, aqui na Bahia, além de ter uma representação qualificada, conta com o ministro das Cidades, Mário Negromonte. Antes, João imaginou o PV, um nanico sem muita expressão por essas bandas que, ainda por cima, é marcado por desencontros internos. Negromonte comanda um ministério robusto, forte na base de Dilma Rousseff, detentor de um orçamento considerado de primeira linha. Na semana passada, ele me informou que tem projetos para a Bahia e para Salvador. Aqui, a princípio, na esfera da mobilidade urbana, uma das muitas carências da capital. Além do quê, disse-me que haverá investimento federal para uma via ligando a área do Iguatemi ao Aeroporto, via exclusiva para coletivos (sobre pneus), provavelmente semelhante aos projetos vitoriosos executados em Curitiba e em Bogotá, na Colômbia. Interessante é que Bogotá copiou o projeto de Curitiba e fez melhor. Nenhuma novidade nisso. Esse projeto envolve algo em torno de R$ 575 milhões e será iniciado ainda este ano. Assim posto, João Henrique, um homem tocado pela sorte, pousou no ninho certo e poderá dar a volta por cima, recuperando a sua gestão marcada por crises constantes. Naturalmente, com o PP à frente, é de se esperar novas mudanças no secretariado municipal, porque é assim que costuma acontecer. Termina, desse modo, a novela que atormentava o prefeito de Salvador. Se o PMDB já não lhe dizia nada, o PP do ministro das Cidades deve ser – é uma presunção – eloquente. E o que a cidade está precisando.
Fonte: Bahia Notícias
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