terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Novo Governador do Maranhão , Flávio Dino (PCdoB) suspende 400 pagamentos com indícios de irregularidades

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) determinou a suspensão de 400 pagamentos, num total de R$ 50 milhões, efetuados por seu antecessor, Arnaldo Melo (PMDB), nos três últimos dias de mandato, por "possível ocorrência de ilegalidades".


Desde a posse, Flávio Dino atua com medidas para promover a transparência do estadoDesde a posse, Flávio Dino atua com medidas para promover a transparência do estado
Em ofício enviado ao superintendente do Banco do Brasil no Estado, Flávio Dino determinou o cancelamento dos repasses enviados pelo governo nos dias 29, 30 e 31 de dezembro. Ao menos três pagamentos foram destinados a empresas ligadas a Melo.

Agora, a equipe de governo vai apurar os pagamentos um a um antes de liberá-los. A suspeita é de que recursos tenham sido liberados para contemplar aliados do grupo político liderado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), cuja filha é a ex-governadora Rosena Sarney que deixou o poder depois da eleição em primeiro turno de Flávio Dino, alegando "problemas de saúde".

Nas ordens emitidas nos dias 29 e 30, por exemplo, encontram-se o pagamento para empresas de saúde ligadas à família de Arnaldo Melo. Uma delas, a Clínica do Coração Ltda., recebeu R$ 871,2 mil no dia 30. A empresa pertence a duas filhas do então governador, Nina (eleita deputada estadual em outubro passado) e Diana, e presta "serviços especializados em cardiologia e radiologia" para o Estado.

Outras duas empresas, a Clínica São Sebastião Ltda. e a Melo e Alves Ltda., receberam, respectivamente, R$ 111,1 mil e R$ 99,5 mil no dia 29. A primeira tem como sócias Valderes Maria Couto de Melo, mulher de Arnaldo Melo, e a filha Diana. A segunda está registrada em nome da mãe do então governador, já morta, e de um sobrinho dele.

Flávio Dino também já determinou que o pagamento de qualquer quantia relativa a uma dívida de R$ 113 milhões que a construtora Constran cobra do estado seja temporariamente suspenso. A regularidade do precatório será apurada por uma comissão criada pelo governador por meio de decreto anunciado na sua posse (1º).

A comissão é composta por membros da recém-criada Secretaria de Estado de Transparência e Controle, além da Procuradoria-Geral e da Casa Civil.

A Constran pertence ao grupo UTC, cujo presidente, Ricardo Ribeiro Pessoa, foi preso na Operação Lava Jato, que apura o desvio de dinheiro da Petrobras. A Secretaria Estadual de Comunicação do estado informa que o precatório consta da investigação que resultou na deflagração da Lava Jato. 

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