O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) determinou a suspensão de 400 pagamentos, num total de R$ 50 milhões, efetuados por seu antecessor, Arnaldo Melo (PMDB), nos três últimos dias de mandato, por "possível ocorrência de ilegalidades".
Desde a posse, Flávio Dino atua com medidas para promover a transparência do estado
Em ofício enviado ao superintendente do Banco do Brasil no Estado, Flávio Dino determinou o cancelamento dos repasses enviados pelo governo nos dias 29, 30 e 31 de dezembro. Ao menos três pagamentos foram destinados a empresas ligadas a Melo.Agora, a equipe de governo vai apurar os pagamentos um a um antes de liberá-los. A suspeita é de que recursos tenham sido liberados para contemplar aliados do grupo político liderado pelo senador José Sarney (PMDB-AP), cuja filha é a ex-governadora Rosena Sarney que deixou o poder depois da eleição em primeiro turno de Flávio Dino, alegando "problemas de saúde".
Outras duas empresas, a Clínica São Sebastião Ltda. e a Melo e Alves Ltda., receberam, respectivamente, R$ 111,1 mil e R$ 99,5 mil no dia 29. A primeira tem como sócias Valderes Maria Couto de Melo, mulher de Arnaldo Melo, e a filha Diana. A segunda está registrada em nome da mãe do então governador, já morta, e de um sobrinho dele.
Flávio Dino também já determinou que o pagamento de qualquer quantia relativa a uma dívida de R$ 113 milhões que a construtora Constran cobra do estado seja temporariamente suspenso. A regularidade do precatório será apurada por uma comissão criada pelo governador por meio de decreto anunciado na sua posse (1º).
A comissão é composta por membros da recém-criada Secretaria de Estado de Transparência e Controle, além da Procuradoria-Geral e da Casa Civil.
A Constran pertence ao grupo UTC, cujo presidente, Ricardo Ribeiro Pessoa, foi preso na Operação Lava Jato, que apura o desvio de dinheiro da Petrobras. A Secretaria Estadual de Comunicação do estado informa que o precatório consta da investigação que resultou na deflagração da Lava Jato.
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